Por Clóvis Gonçalves
“Eu
sou um nome na história”. O trecho do hino oficial do Vitória tem ainda mais
peso a partir de agora. O dia 14 de novembro de 2023 ficará para sempre
eternizado no coração e na memória dos torcedores rubro-negros pelo capítulo inédito
escrito nos 124 anos do clube. Após uma campanha colossal na Série B do
Brasileiro, o clube colocou o nome na galeria de campeões nacionais. Líder
isolado em 25 das 36 rodadas disputadas até aqui, o Leão comemorou o título
dois jogos antes do torneio acabar e fora das quatro linhas. O tropeço do Criciúma
diante do Guarani, na noite desta terça-feira (14 de novembro), no estádio Brinco de Ouro,
em Campinas, garantiu matematicamente a taça ao time baiano. O Vitória já havia
batido na trave no Brasileirão de 1993, quando perdeu a final para o Palmeiras,
e na Copa do Brasil de 2010, ano em que deixou a taça escapar diante do Santos.
A festa vermelha e preta, iniciada no último domingo, quando o time assegurou o acesso após vencer o Novorizontino, de virada, por 2×1, no estádio Jorge Ismael de Biase, em Novo Horizonte, no interior de São Paulo, terá seu ápice no próximo sábado, quando o Vitória recebe o Sport, no Barradão. A bola rola a partir das 17h, na penúltima rodada da Segundona. Nada mais justo do que comemorar com a galera da arquibancada, afinal, ela foi de suma importância para a conquista do título. Time e torcida são campeões neste campeonato. O Vitória foi o clube que mais levou público ao estádio ao longo da competição: 405.620 pagantes estiveram no Barradão em 18 jogos. A média é de 22.534 pessoas por partida. Os números ainda serão ampliados, já que a promessa é de casa cheia na despedida do estádio na temporada, contra o time pernambucano.
RENASCIMENTO
O
torcedor rubro-negro jogou junto e apostou no renascimento do clube, mesmo após
tantas decepções. Em junho do ano passado, o Vitória vivia a ameaça de ser
rebaixado à Série D pela primeira vez na história. Esse era o contexto quando o
técnico João Burse assumiu o time, na 12ª rodada da Série C. Sob o comando dele
e com o apoio da torcida, o Leão deu uma arrancada avassaladora na competição,
se garantiu no quadrangular final na última rodada da fase classificatória e
comemorou o acesso. “Deus me livre não ser Vitória”, exibiam de todo modo os
torcedores, orgulhosos com a reação. No entanto, a atual temporada iniciou com
novas decepções. As eliminações precoces no Campeonato Baiano, Copa do Nordeste
e Copa do Brasil fizeram a diretoria reformular o elenco, além de demitir o
treinador João Burse e o diretor de futebol Edgar Montemor.
Apesar
do início de ano conturbado, o ajuste de rota deu certo, o Leão largou na Série
B com cinco vitórias sem sofrer gols, feito inédito na história dos pontos
corridos da divisão de acesso, e construiu uma campanha sem crise ao longo de
todo o campeonato. Em 17 meses, o Vitória foi do fundo do poço, em meio a uma
crise política e financeira sem precedentes, ao retorno à Série A do
Brasileiro, sob o comando do técnico Léo Condé, do diretor de futebol Ítalo
Rodrigues e do presidente Fábio Mota, que chegou a cogitar renunciar ao cargo
em março, após familiares sofrerem ameaças. Os nomes deles e de tantos outros
que contribuíram para a primeira taça nacional estão cravados para sempre na
história do Leão. (Correios24h
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