Por Clóvis Gonçalves
Na
noite desta última terça-feira, 28 de julho, Maria Portela foi derrotada por Madina Taimazova, que
representou o Comitê Olímpico Russo, na segunda rodada do judô feminino na
categoria de até 70kg nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A brasileira foi eliminada
por acumular punições por falta de combatividade. Inconsolável, ela saiu do
tatame aos prantos e chorou muito após amargar a injusta derrota na capital
japonesa, que também tirou a atleta da disputa individual na competição ela
ainda vai lutar no torneio por equipes. O tempo normal foi extremamente
equilibrado, com as duas atletas partindo para cima e sabendo se defender com
eficácia. Sem nenhuma pontuação ou punição das judocas, a luta foi para o
golden score, que tem tempo ilimitado. O cansaço bateu e as atletas logo
receberam duas punições por falta de combatividade cada. Em um determinado
momento, Portela conseguiu aplicar um golpe, porém o árbitro de vídeo entendeu
que a movimentação não pôde ser enquadrada como wazari.
Já
desgastadas, as judocas ultrapassaram a marca de 14 minutos de luta. Portela
sentiu o ritmo, passou a ser mais defensiva e tomou a terceira punição por
falta de combatividade, sendo eliminada. A brasileira caiu em prantos e não escondeu
a tristeza com a derrota. Em sua terceira Olimpíada, Portela, atualmente na 10ª
colocada no ranking mundial e que havia vencido na estreia a afegã Nigara
Shaheen, da equipe de refugiados, com um ippon em 28 segundos, foi guerreira e
honrou o apelido de “raçuda”. Ela não escondeu a frustração e saiu do tatame no
Nippon Budokan aos prantos, talvez porque entendesse que merecia ter vencido o
combate. “Eu queria muito vencer”, disse a brasileira, chorando copiosamente.
“Tive muitos desafios para chegar aqui. Quero agradecer todos que me ajudaram a
chegar até aqui. Acho que dei tudo ali no tatame”, continuou ela, ainda aos prantos.
Com
pouco mais de três minutos no golden score, a brasileira encaixou um bom golpe
e derrubou a adversária no solo. Os juízes viram o lance no VAR e não
consideraram wazari. Depois, após quase 11 minutos de tempo extra, recebeu o
terceiro shido e acabou derrotada. O ex-judoca Tiago Camilo, medalhista
olímpico em Sydney-2000 e Pequim-2008, entendeu que a gaúcha foi duplamente
prejudicada pela arbitragem. “A brasileira claramente prejudicada nessa luta
Tanto nesse golpe não pontuado quanto na decisão do golden score. Nessa última
punição que ela tomou”, afirmou o ex-atleta, em comentário durante transmissão
do canal SporTV.
Outros
judocas e ex-judocas brasileiros endossaram a opinião de Tiago Camilo e também
reclamaram da decisão dos juízes nas redes sociais. “Não darem o wazari pra
Portela. para que serve o VAR? Francamente. Lamentável”, contestou Flavio
Canto. Com a derrota, Maria Portela fica fora da briga por medalhas em Tóquio
na categoria até 70 kg. No entanto, ela e outros judocas do País voltarão em
ação na disputa por equipes na próxima sexta-feira. “Eu não estava nervosa.
Estava consciente. Sabia o que fazer. Estudei bastante ela, mas tem coisas que
a gente não controla”, lamentou a brasileira. (com informações da Gazeta Press
e do Estadão Conteúdo)

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