Por Clóvis Gonçalves
Hebert é baiano, e militar da Marinha do Brasil é um ouro! A final olímpica da categoria
até 75kg prometia ser um combate difícil para Hebert Conceição contra o campeão
mundial de 2017 Oleksandr Khyzhniak. E o que se viu foi exatamente isso. O
combate estava complicado para o brasileiro, com o ucraniano sendo mais
agressivo desde o começo e conseguindo vencer os dois primeiros rounds. Nocaute
A um minuto e meio do fim, no entanto, Hebert acertou um soco espetacular e
derrubou o adversário, conquistando a medalha de ouro e repetindo o feito de
Robson Conceição nos Jogos Rio 2016. A luta foi disputada na Arena Kokugikan,
icônico local onde são disputadas lutas de sumô na capital japonesa. “Difícil falar a sensação, é incrível, uma
emoção muito grande, senti e energia de todo mundo que estava torcendo. Eu
pensei durante os rounds que tinha muita gente mandando energia por esse
nocaute. Eu acreditei que eu podia e que bom que aconteceu, eu fui premiado e a
gente merece”, afirmou o boxeador.Para chegar ao ouro olímpico, Hebert passou
nas oitavas de final pelo chinês Tuohetaerbieke Tanglatihan, por 3 a 2, em
decisão dividida dos árbitros. Nas quartas, enfrentou o cazaque Abilkhan
Amankul, prata no Campeonato Mundial de 2017 e vice-campeão asiático, e passou
por 3 a 2. Na semifinal, o adversário foi o russo Gleb Bakshi, campeão mundial
de 2019, e novo triunfo verde-amarelo, dessa vez por 4 a 1.
O ucraniano começou mais agressivo na luta, mas Hebert
conseguiu encaixar dois bons golpes no primeiro minuto. Oleksandr dava mais
socos, enquanto o brasileiro, quando tentava os golpes, acertava bem o rival.
No fim, os cinco árbitros deram vitória para o ucraniano, que realmente foi
mais agressivo. Na segunda parcial, o ucraniano seguiu melhor apesar de,
novamente, o brasileiro ter conseguido encaixar dois bons golpes. O combate
seguiu bem truncado, mas com o volume apresentado no começo do round, o
ucraniano venceu de novo na opinião dos cinco árbitros. Já atrás na decisão
-todos os juízes já davam 20 a 18 para o ucraniano-, a única opção de Hebert
era ir para cima e tentar ou o nocaute ou uma vitória tão convincente que os
juízes dessem 10 a 8 para ele no placar no último assalto. E foi o que o
brasileiro fez, conseguiu um lindo golpe que levou o ucraniano ao chão.
“O atleta que eu enfrentei tem um jogo difícil de trabalhar,
é um cara muito forte, intenso, é espetacular a forma física com que ele sempre
se apresenta nas lutas. É um lutador incrível, respeito muito. Mas eu sabia da
minha capacidade também. Treinei muito, levei muito a sério todo o trabalho que
foi passado durante o ciclo, durante toda minha iniciativa desde que comecei no
boxe. Eu tinha perdido dois rounds, tinha mais um. Apesar de a pontuação ser
adversa, eu sabia que em 3 minutos dava para reverter com um nocaute. Se vocês
perceberam no começo do round eu já fui para uma luta franca e falei "se tomar
nocaute aqui não interessa, estou perdido, agora eu vou buscar o meu". E sabia
que na trocação era loteria. Consegui conectar um bom cruzado, que eu treino
muito também quando estou simulando situações de trocação. Essa medalha de ouro
é para o Brasil. ”Esta é a oitava medalha do boxe na história olímpica e a
terceira nos Jogos de Tóquio. Agora a torcida é pela final da Bia Ferreira (até
60kg) no domingo, 8, às 14h do Japão (2h do Brasil) na busca pelo segundo ouro
brasileiro no boxe em Tóquio 2020. Abner Teixeira já conquistou o bronze na
categoria até 91kg. O boxe brasileiro deixará Tóquio com sua melhor campanha na
história olímpica.(Salvador Noticias).

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