Por Clóvis Gonçalves
“Às
vezes eu não estava conseguindo fazer alguma coisa e elas estavam me
ensinando”, disse Rebeca Andrade, aos 10 anos, quando Daiane dos Santos e Laís
Souza, ginastas consagradas, visitaram o clube de Guarulhos de ginástica para
treinar. Na ocasião, o Pinheiros, equipe que as duas representavam, estava
passando por uma reforma em sua sede, impedindo-as de praticar no local. O
vídeo foi extraído de uma reportagem feita em 2009, que viralizou nesta quinta-feira
(29), nas redes sociais. Dez anos depois, a mesma Rebeca Andrade, que ficara
impressionada com a presença das figuras em sua aula, conquistou a primeira
medalha da história da ginástica artística feminina nos Jogos Olímpicos (saiba
mais aqui).
Por
ironia do destino, ou qualquer termo que preferir o leitor, quem comentava a
conquista na Rede Globo no momento era a própria Daiane, emocionada, orgulhosa
e impressionada com o feito a que assistia. “Durante muito tempo disseram que
as pesssoas negras não poderiam fazer alguns esportes. E aí a gente vê hoje a
primeira medalha [da ginástica artística feminina na história] para uma menina
negra. Tem uma representatividade muito grande atrás de tudo isso. Uma mulher
que veio de uma origem muito humilde, foi criada por uma mãe solo, como a Dona
Rosa, porque o pai de Rebeca é vivo, mas não é presente na vida dela, aguentou
tudo que ela aguentou, todas as lesões, e está aí hoje para ser a segunda
melhor atleta do mundo. Uma brasileira”, destacou, às lágrimas. (BN)

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